
13 Mai O rio Minho é uma das maiores localizações de enguias em Espanha
A enguia é uma espécie caracterizada pela forma do seu corpo, muito alongado e cilíndrico, com mandíbula inferior proeminente e pele muito escorregadia. A morfologia troca de forma notável ao longo do ciclo vital e a sua cor também é variável, entre tons pretos, esverdeados e amarelados que mudam para tons prateados quando se aproxima à fase de maturação.
A enguia é uma espécie catádroma, ou seja, passa grande parte da sua vida nos rios, migrando depois para o mar onde se reproduz. A desova tem lugar no mar dos Sargaços, no Atlântico setentrional, a grandes profundidades. Na água doce vive no fundo, preferencialmente de areia e lodo, onde se enterra para invernar. Adapta-se a diferentes condições de salinidade e temperatura, pelo qual pode habitar em qualquer médio aquático, já sejam rios, canais, lagos e inclusive poços. Quanto à alimentação, é uma espécie omnívora e detritívora.
A reprodução no mar dos Sargaços acontece a final do inverno ou durante a primavera. Quando nasce, a enguia começa como uma larva, transparente e aplanada lateralmente. Quando se aproximar à costa transforma-se em meixão, com cor esverdeada e ventre esbranquiçada. A migração através do Atlântico dura entre 3 e 7 anos. Durante a ascensão nos rios, de outubro a abril, vai alimentando-se e torna-se enguia amarela, com o dorso quase preto e o ventre amarelado. Finalmente, quando atinge a maturação sexual adquire um tom prateado, pelo qual é conhecida como enguia prateada, e começa a sua migração ao mar. É durante este descenso quando se produz a pesca da enguia nos rios. Uma vez chega de novo ao mar dos Sargaços, a enguia desova e fecha assim o ciclo vital.
O estuário do rio Minho é uma das poucas localizações de enguias que mantém certa importância em Espanha, embora o seu estado de conservação é preocupante, pelo qual tem sido catalogada como espécie “vulnerável” no troço internacional do rio. Possui uma elevada importância a nível ecológico e também económico no rio Minho, pois é o único rio português onde a captura de meixão é permitida.