Problema Abordado

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Em todo o mundo as populações de peixes migradores estão em declínio e na bacia do rio Minho a sua situação é muito preocupante. As principais espécies de peixes migradoras deste rio e os seus afluentes são a truta marisca (Salmo trutta), o salmão (Salmo salar), o sável (Alosa alosa), a savelha (Alosa fallax), a lampreia marinha (Petromyzon marinus) e a enguia (Anguilla anguilla).

As espécies alvo do projeto são a truta marisca, o salmão, o sável, a savelha e a lampreia marinha.

“O embalse de Frieira, a 77 km. da desembocadura do rio Miño, é hoje em dia uma barreira infranqueable até o que podem chegar os peixes migradores”

A construção de barragens (que implica perda do habitat, zonas de reprodução, etc.) e uma má regulação pesqueira (com sobre-exploração importante para todas as espécies) são os principais fatores que afetam a sua distribuição e abundância.

A redução de espécies como o salmão, a enguia, o sável ou a lampreia é tão elevada que a sua escassez se converteu em um novo e crescente problema para as atividades económicas tradicionais que dependem delas e para a conservação da biodiversidade.

O troço internacional do rio Minho tem associada uma intensiva atividade extrativa com a enguia e a lampreia como principais recursos. Junto com o salmão e a truta marisca foram espécies exploradas tradicionalmente desde a antiguidade pelos habitantes da zona, criando uma forte identidade que se manifesta no acervo cultural comum da zona e no património histórico associado a infraestruturas de pesca, as tradicionais pesqueiras.

Na atualidade estas espécies são um recurso muito importante para a atividade económica da zona. Segundo dados da Comandância Naval do Minho são mais de 300 as embarcações permitidas para pesca da lampreia (180 em Portugal e 128 na Galiza) associadas a mais de 530 pescadores (290 em Portugal e 240 na Galiza).

A situação atual das espécies migradoras na bacia do Minho faz imprescindível uma atuação conjunta e coordenada aos dois lados da fronteira que permita melhorar o habitat fluvial e estado das populações dos peixes migradores no rio Minho.

Existe uma notável perda de qualidade do habitat e das águas superficiais da bacia do Minho e uma sobre-exploração dos recursos pesqueiros das diferentes espécies migradoras (especialmente enguia e lampreia) o qual supõe um importante risco ambiental, com uma grande incidência na economia local da zona. Também põe em risco um elemento básico da identidade cultural e histórica local compartilhada aos dois lados da fronteira relativa ao aproveitamento destes recursos pesqueiros.

O projeto MIGRA MIÑO – MINHO quer contribuir para reverter esta situação através da cooperação entre diferentes instituições com competências em conservação e gestão de bacias da Galiza e Portugal.